Oh deusa, que proteges dos amantes
O destro furto, o crime deleitoso,
Abafa com teu manto pavoroso
Os importunos astros vigilantes:
Quero adoçar meus lábios anelantes

Estorva que os maus olhos do invejoso
Turbem de amor os sôfregos instantes:
Tétis formosa, tal encanto inspire
Ao namorado sol teu níveo rosto,
Que nunca de teus braços se retire!
Tarde ao menos o carro à noite oposto,
Até que eu desfaleça, até que expire
Nas ternas ânsias, no inefável gosto.
Bocage in "Poesias de Manuel Maria Barbosa du Bocage", 1853
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