domingo, maio 30, 2010

diabo na cruz - dona ligeirinha





Antes da chegada disse-lhe ao ouvido
Esse teu amigo mais parece teu amor
Nem todo o caixeiro é pra andar contigo
Larga lá o osso ó fidalgo demolidor
Haja algum bom senso Dona Ligeirinha
Olhe que o comércio afugenta muita gente
Antes da chegada ouça o que eu lhe digo
Escolha o bom caminho que é pro moço andar contente

Antes da chegada disse-lhe ao ouvido
Esse teu amigo mais parece teu amor
Nem todo o caixeiro é pra andar contigo
Larga lá o osso ó fidalgo demolidor
Haja algum bom senso Dona Ligeirinha
Olhe que o comércio afugenta muita gente
Antes da chegada ouça o que eu lhe digo
Escolha o bom caminho que é pro moço andar contente

Vou largar o que a mamã levou à perna
Quer agora imitar o seu bom pai óai
Tanto orgulho numa só mulher moderna óai
Que ora corre ora cai

Antes da chegada disse-lhe ao ouvido
Esse teu amigo mais parece teu amor
Nem todo o caixeiro é pra andar contigo
Larga lá o osso ó fidalgo demolidor
Haja algum bom senso Dona Ligeirinha
Olhe que o comércio afugenta muita gente
Antes da chegada ouça o que eu lhe digo
Escolha o bom caminho que é pro moço andar contente

Vou largar o que a mamã levou à perna
Quer agora imitar o seu bom pai óai
Tanto orgulho numa só mulher moderna óai
Que ora corre ora cai


music by Jorge Cruz in Virou, 2009

sexta-feira, abril 02, 2010

ouvi dizer...

"Sem pecado, nada de sexualidade, e sem sexualidade, nada de História"


Soren Kierkegaard



em todas as ruas te encontro


Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco


Mário Cesariny in Pena Capital, 1957

limiar da maldade



"São conhecidos da física fenómenos que ocorrem apenas a magnitudes limiares, que de modo algum existem até determinado limiar codificado e conhecido da natureza ter sido ultrapassado... É evidente que a malvadez também tem o seu limiar. Sim, um ser humano hesita e oscila entre o bem e o mal toda a sua vida... Mas enquanto o limiar de maldade não for ultrapassado, a possibilidade de retorno mantém-se e o indivíduo mantém-se dentro dos limites da nossa esperança."



Martin Amis in Koba, o Terrível, 2002